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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O SABOR DE FICAR!

O SABOR DE FICAR!

Hoje a moda é ficar! Antes de um compromisso sério, como o namoro, ou o noivado, ou paralelamente a estes, o prazeroso é ficar. Não importa a idade, de crianças a terceira idade, ficar é o que rola no momento. Mas o que essa prática representa e significa para as nossas mentes abarrotadas de conceitos? Como devemos entender essa nova conduta? Complicada e devassa como os criteriosos a consideram, ou simples e ingênua, normal, natural como seus adeptos a concebem? Ela por mais natural e prazerosa que seja, trouxe alguma conseqüência à sociedade? Que benefícios ela trouxe aos relacionamentos?
Vamos trazer luz a essa prática que a maioria, evangélicos ou não, consideram algo normal e inofensiva.
Primeiro, há quanto tempo essa prática existe? Há um paralelo entre essa prática e o alto índice de divórcios existentes hoje, principalmente nos casamentos de 15 anos para cá? Quanto tempo tem durado os casamentos de 15 anos pra cá? Já casam concordando que se não der certo, separam! Os casamentos hoje são, na verdade “um ficar” de contrato assinado. Essa é minha concepção! Casar hoje é assinar um acordo onde eu tenha liberdade de após a primeira briga, ou no dia em que eu acordar de manhã e perceber que não conheço a pessoa que está do meu lado, porque somos totalmente diferente um do outro, me separar. Porque eu tenho o direito de pensar no meu bem estar, na minha satisfação, no meu direito de prazer! Não seria isso egoísmo e imaturidade?
Ficar para minha mente “retrograda” é sinônimo de egoísmo e falta de compromisso com o próximo! Se eu fico não sou obrigado a ser fiel. Posso mudar de parceiro, ou parceira quando a relação perder o calor, ou quando encontrar alguém mais gostoso, ou gostosa, como diz no popular! Não pegue no meu pé! Seus defeitos são suficientes para me desmotivar a continuar contigo...
Qualidades como tolerância, compreensão, companheirismo, perseverança, luta, superação, não se encaixam neste tipo de relacionamento, porque na minha visão, quando se pensa em namoro, noivado e casamento, para estes continuarem existindo, é necessário por em prática o que foi acima citado. Relacionamentos como estes, é visando construir uma vida juntos, adquirir estabilidade, melhorar como cidadãos, como pessoa. É desejar a responsabilidade de dirigir uma família, gerar filhos que serão cidadãos psicologicamente e moralmente estabelecidos, olha que nem entrei aqui no mérito espiritual, ou religioso.
“Ficar” leva ao sexo. Sexo pode levar às Doenças Sexualmente Transmissíveis, a uma gravidez indesejada. Sem se falar nas filas intermináveis nos consultórios terapêuticos e grupos de terapias para casais. Tudo isso, na tentativa de resolver conflitos internos que geram depressão, fobias, pânico, frigidez ou impotência, problemas estes gerados pela culpa, pela falta de perdão à pessoa que me largou, ou pelo filho que eu não queria ter. Estas são apenas algumas razões que causam neuroses e levam à depressão. Um abandono leva à frustração. Ficar de braço em braço, por incrível que pareça, pode levar inconscientemente à baixa auto-estima. Além de poder ser também uma forma de escape, ou uma máscara para algum problema de afeto mal resolvido. E aí? Ficar vai suprir a minha real necessidade sentimental, ou vai gerar mais culpa em meu coração?
E os filhos desses relacionamentos? Tendo que conviver com o drama de uma família que não é família porque papai e mamãe vivem em casas separadas. Ou porque nunca viveram juntos..., eram só amigos! Apenas ficaram e eu nasci...
Qual é a concepção de família que essa geração de filhos atual tem? Quais conflitos internos e externos esse novo conceito de família causa às crianças? Já parou pra pensar por que há tantas crianças precisando de um Terapeuta? E como será daqui a 10 anos? Ainda existirá família?
Imagine o mundo sem a família... É na família que se aprende princípios éticos e morais, temor e respeito, respeito pelo próximo. “Ficar”, parece algo inocente, mas esse “algo inocente” está contribuindo para fortalecer indivíduos individualistas, que não lutam pelo bem-estar da sociedade, e bem-estar começa no meu lar, depois com a sociedade, e eu só conquisto isso, com responsabilidade, com compromisso! E se eu não tenho compromisso com a pessoa com que me relaciono afetivamente, será que terei com quem eu não tenho afeição? Lembra que estamos vivendo numa época de isolamento e de relacionamentos frios. As amizades já não são consistentes, verdadeiras, já não se preocupam mais com o próximo, “é um pra cada lado e salve-se quem puder”! Vivemos na época do ”venha a nós o vosso reino”, mas “não” seja feita a sua vontade e sim a minha!
Então! Será mesmo que “ficar” é tão inocente assim? Talvez isso seja apenas paranóia da minha cabeça! Há esqueci-me de lhes falar! Sou sobrevivente de um casamento desfeito. Meus pais se separaram e tive que assumir o sustento da minha família ainda novo, isso há mais ou menos uns vinte anos atrás. O casamento deles foi marcado por uma série de traições, uma série de “ficar”. E nós ficamos! Ficamos com o desejo de ser diferente, de ter uma família unida e próspera, uma família batalhadora, principalmente no que diz respeito à superação, a ajuda mútua, companheirismo, cumplicidade. Ficamos sim com a responsabilidade de fazer diferente, mas estamos fazendo diferente sim, estamos complicando ainda mais o que chamamos de sociedade (falo no geral). Infelizmente tenho que concordar com alguns quando dizem: “os homens estão se tornando animais e os animais homens, isto é, racionais”. Hoje, quem busca uma família é um cãozinho carente, é um Sagüi que perdeu seu habitat natural! Os homens, estes buscam liberdade! Relacionamento sério, família, tira a liberdade e, eu não quero compromisso... Namoro sério leva ao casamento, casamento é até que a morte nos separe..., mas e a minha liberdade? E o meu bem-estar?
Deixo claro que não considero que o “homem” é um animal. O ser humano é uma criação especial, porém, ele não valoriza isso.
A sociedade precisa de verdadeiros seres humanos, pessoas com princípios, éticos e morais. Pessoas que se preocupam com o bem estar do próximo, com o sucesso do próximo. Já pensou? Imagine se todas as pessoas que você conhece forem bem sucedidas na vida, e as pessoas que elas conhecem também? O mundo seria mais evoluído e mais agradável, porque antes de fazer algo errado, eu pensaria no meu próximo. Pensaria... Será que minhas atitudes vão edificar alguém? Vai trazer crescimento para as pessoas que estão ao meu redor? Ou vou prejudicá-las?
Quem é o meu próximo? Respondo: - Meu próximo é a pessoa com quem me relaciono afetivamente, é meu familiar, é meu colega de trabalho, ou de escola, é a pessoa que passa por mim na rua, etc.
Se você quer uma sociedade melhor, busque relacionamentos duradouros, responsáveis, éticos e morais. Não gaste sua vida construindo relacionamentos que acabam depois de uma transa, ou de um “ficar”, pode ser que as conseqüências dessa deliciosa ação durem toda uma vida (filhos), ou acabe com sua vida em alguns anos, ou meses, dias (doença), quem sabe?...
Não veja minhas palavras como “ignorância de uma mente cauterizada” pela religião, e olha que nem mencionei bases bíblicas que apóiam minha posição. Escrevi afim de que você reflita sobre o assunto e absorva o que realmente vai lhe acrescentar crescimento e lhe desperte para o que tem aparência de bom, de normal, de inocente. Atrás das boas intenções pode haver grandes armadilhas. E essas armadilhas com sutileza e tempo levam muitos ao fracasso.
Seja inteligente! Não siga o modismo. Moda passa! Família, bons amigos e um grande amor, são para a vida toda!
Grande abraço!

Pr. Luiz Cláudio F. de Oliveira.